Aos 85 anos, o guitarista Kenny Burrell, vibrante e cheio de vida é uma exceção na história do jazz repleta de contos trágicos e mais finais prematuros do que o destino deveria permitir.
“Acho que dei sorte com minha genética — minha mãe viveu até os 99 anos, talvez tenha a ver com isso”, Burrell comenta ao telefone do seu escritório em Schoenberg Hall na Universidade da Califórnia em Los Angeles, UCLA. Sua voz estava serena e firme, mesmo recém chegado de uma boa caminhada do estacionamento até o campus.
Burrell faz a mesma caminhada por duas décadas desde que foi convidado pela UCLA para ser idealizador e diretor do curso de jazz. Comemorando 20 anos do curso e os 85 anos de Burrell, a UCLA, escola de música Alpert School of Music (HASOM) e os Amigos do Jazz na Universidade se apresentaram no sábado, 03 de dezembro de 2016, no Royce Hall. O legendário guitarrista tocou com diversos artistas convidados, incluindo os cantores Barbara Morrison, Tierney Sutton e Robin Simone, o compositor Lalo Schifrin, a orquestra Los Angeles Jazz Unlimited Orchestra e a UCLA Philharmonia, regidos por Neal Stulberg.
Na sequência do concerto foi anunciado a criação do cargo em homenagem a Burrell, com seu nome para cadeira professoral do curso. “Kenny dedicou sua vida ao estudo avançado do jazz e a música como uma importante forma de arte Americana” disse Judith Smith, reitora efetiva da escola UCLA Herb Alpert School of Music, durante o discurso. “ O curso Kenny Burrell de estudos do Jazz ajudará a a recrutar um ótimo corpo docente que pode avançar cada vez mais os limites do ensino, levando adiante os artistas do Jazz.”
A relação de Burrell com a UCLA vem desde 1978 quando a escola o convidou para criar o programa do curso de Estudos Afro-Americanos. “Era apenas uma curso de meio período" ele disse. “Eu ainda estava viajando pelo mundo e não tinha muito tempo para ser professor”. Burrell decidiu lecionar sobre um dos seus ídolos, o famoso pianista e compositor de jazz, Duke Ellington. A oportunidade de ensinar este curso, que Burrell nomeou de “Ellingtonia,” em parceria com a gravadora e selo californiano Fantasy Records, incentivou Burrell a se mudar de New York para Los Angeles atravessando o país junto de sua mulher e crianças. “Imaginei que seria um ótimo lugar para criar meus filhos e aproveitar as futuras oportunidades que estariam disponíveis para mim.”
Foi uma mudança significativa para Burrell, ele era um dos guitarristas mais produtivos e requisitados da era pós-bebop, elogiado pelo próprio Duke Ellington. Se apresentou e gravou com os melhores do jazz, incluindo Benny Goodman, Dizzy Gillespie, Oscar Peterson e John Coltrane. Burrell ficou conhecido pelo seu trabalho com o incrível Jimmy Smith e seu formidável organ trio, gravando mais de 20 álbums com este virtuoso organista, incluindo o aclamado Organ Grinder’s Swing.
A mudança de Burrell para a Cosa Oeste foi o começo de sua gradual transição de músico prático para professor. Após lecionar por meio período na UCLA por 20 anos, Burrell finalmente abraçou seu destino como educador em 1996 quando foi nomeado professor efetivo e coordenador do programa de jazz.
“Este era o sinal de que eles acreditaram de que eu era capaz, pela minha carreira e integridade que conquistei através dos anos atuando como músico, escritor e intérprete”, ele conta. "Senti que era uma grande oportunidade para realizar algo que valesse a pena, algo que eu sempre sonhei, algo que me permitisse conseguir o que diversos jazzistas conhecidos e talentosos não tiveram a oportunidade de conquistar". Na conversa com Burrell dava para sentir seu entusiasmo e devoção aos alunos que confiam nos seus ensinamentos. Ele falou com muito carinho de dois de seus antigos
pupilos, o saxofonista Kamasi Washington e a cantora Gretchen Parlato, ambos alunos da UCLA e jazz superstars. Washington, ele diz "veio [para audição] e tocou a música 'Giant Steps' do Coltrane. Foi inacreditável para um novato tocar naquele nível. Sem dúvidas ele ia ser bem sucedido. [Gretchen] tinha uma voz suave e sutil, mas as notas que cantava e as harmonias que fazia eram tão grandiosas que sabíamos que ela seria bem sucedida.” Burrell acrescenta com orgulho, “Ela veio para vencer o concurso Thelonious Monk Competition!”
É crédito total de Burrell que organizou o programa para continuar e se adaptar ao clima do jazz em Los Angeles. Ele faz este trabalho por amor. “É uma alegria minha e dos nossos professores ajudar os músicos” ele conclui, “porque o que esta sendo feito é dar vida para que esta grande forma de arte continue”.
por Gary Fukoshima
traduzido e adaptado por Daniel Latorre
“Acho que dei sorte com minha genética — minha mãe viveu até os 99 anos, talvez tenha a ver com isso”, Burrell comenta ao telefone do seu escritório em Schoenberg Hall na Universidade da Califórnia em Los Angeles, UCLA. Sua voz estava serena e firme, mesmo recém chegado de uma boa caminhada do estacionamento até o campus.
Burrell faz a mesma caminhada por duas décadas desde que foi convidado pela UCLA para ser idealizador e diretor do curso de jazz. Comemorando 20 anos do curso e os 85 anos de Burrell, a UCLA, escola de música Alpert School of Music (HASOM) e os Amigos do Jazz na Universidade se apresentaram no sábado, 03 de dezembro de 2016, no Royce Hall. O legendário guitarrista tocou com diversos artistas convidados, incluindo os cantores Barbara Morrison, Tierney Sutton e Robin Simone, o compositor Lalo Schifrin, a orquestra Los Angeles Jazz Unlimited Orchestra e a UCLA Philharmonia, regidos por Neal Stulberg.
Na sequência do concerto foi anunciado a criação do cargo em homenagem a Burrell, com seu nome para cadeira professoral do curso. “Kenny dedicou sua vida ao estudo avançado do jazz e a música como uma importante forma de arte Americana” disse Judith Smith, reitora efetiva da escola UCLA Herb Alpert School of Music, durante o discurso. “ O curso Kenny Burrell de estudos do Jazz ajudará a a recrutar um ótimo corpo docente que pode avançar cada vez mais os limites do ensino, levando adiante os artistas do Jazz.”
A relação de Burrell com a UCLA vem desde 1978 quando a escola o convidou para criar o programa do curso de Estudos Afro-Americanos. “Era apenas uma curso de meio período" ele disse. “Eu ainda estava viajando pelo mundo e não tinha muito tempo para ser professor”. Burrell decidiu lecionar sobre um dos seus ídolos, o famoso pianista e compositor de jazz, Duke Ellington. A oportunidade de ensinar este curso, que Burrell nomeou de “Ellingtonia,” em parceria com a gravadora e selo californiano Fantasy Records, incentivou Burrell a se mudar de New York para Los Angeles atravessando o país junto de sua mulher e crianças. “Imaginei que seria um ótimo lugar para criar meus filhos e aproveitar as futuras oportunidades que estariam disponíveis para mim.”
Jimmy Smith e Kenny Burrell |
Foi uma mudança significativa para Burrell, ele era um dos guitarristas mais produtivos e requisitados da era pós-bebop, elogiado pelo próprio Duke Ellington. Se apresentou e gravou com os melhores do jazz, incluindo Benny Goodman, Dizzy Gillespie, Oscar Peterson e John Coltrane. Burrell ficou conhecido pelo seu trabalho com o incrível Jimmy Smith e seu formidável organ trio, gravando mais de 20 álbums com este virtuoso organista, incluindo o aclamado Organ Grinder’s Swing.
A mudança de Burrell para a Cosa Oeste foi o começo de sua gradual transição de músico prático para professor. Após lecionar por meio período na UCLA por 20 anos, Burrell finalmente abraçou seu destino como educador em 1996 quando foi nomeado professor efetivo e coordenador do programa de jazz.
“Este era o sinal de que eles acreditaram de que eu era capaz, pela minha carreira e integridade que conquistei através dos anos atuando como músico, escritor e intérprete”, ele conta. "Senti que era uma grande oportunidade para realizar algo que valesse a pena, algo que eu sempre sonhei, algo que me permitisse conseguir o que diversos jazzistas conhecidos e talentosos não tiveram a oportunidade de conquistar". Na conversa com Burrell dava para sentir seu entusiasmo e devoção aos alunos que confiam nos seus ensinamentos. Ele falou com muito carinho de dois de seus antigos
pupilos, o saxofonista Kamasi Washington e a cantora Gretchen Parlato, ambos alunos da UCLA e jazz superstars. Washington, ele diz "veio [para audição] e tocou a música 'Giant Steps' do Coltrane. Foi inacreditável para um novato tocar naquele nível. Sem dúvidas ele ia ser bem sucedido. [Gretchen] tinha uma voz suave e sutil, mas as notas que cantava e as harmonias que fazia eram tão grandiosas que sabíamos que ela seria bem sucedida.” Burrell acrescenta com orgulho, “Ela veio para vencer o concurso Thelonious Monk Competition!”
Kamasi Washington |
Gretchen Parlato |
por Gary Fukoshima
traduzido e adaptado por Daniel Latorre